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Lobeira

Trilha do Tatu - UEG

Atualizado: 12 de ago. de 2024

Lobeira (Solanum lycocarpum A.St.-Hil.)

Solanum lycocarpum, popularmente conhecida como lobeira, fruta do lobo ou jurubebão, é uma planta nativa do Cerrado brasileiro pertencente à família Solanaceae. A lobeira desempenha um papel ecológico significativo e possui várias aplicações medicinais e econômicas.

Características

Descrição Botânica

  • Tamanho: A lobeira é um arbusto ou pequena árvore que pode atingir até 3 metros de altura.

  • Caule: O caule é lenhoso e ramificado, com espinhos e com casca cinzenta a marrom.

  • Folhas: As folhas são grandes, oblongas a elípticas, com margens onduladas e cobertas por uma camada de pelos que lhes confere uma textura áspera.

  • Flores: As flores são vistosas, com corolas de coloração azul-arroxeada e estames amarelos.

  • Frutos: Os frutos são grandes, esféricos, de coloração verde-amarelada quando maduros, contendo uma polpa farinácea com numerosas sementes.

Habitat e Distribuição

  • Habitat: A lobeira é encontrada em áreas de Cerrado, campos rupestres e bordas de matas.

  • Distribuição: A planta é amplamente distribuída no Cerrado brasileiro, especialmente nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Bahia e Tocantins.

Importância Ecológica

Relação com a Fauna

  • Alimento para Animais: A lobeira é uma fonte crucial de alimento para várias espécies de animais, especialmente o lobo guará (Chrysocyon brachyurus). Os frutos da lobeira constituem uma parte significativa da dieta deste mamífero, ajudando na sua sobrevivência em períodos de escassez de outras fontes alimentares.

  • Dispersão de Sementes: Ao consumir os frutos, os animais contribuem para a dispersão das sementes, promovendo a regeneração natural da planta e a manutenção da biodiversidade no Cerrado.

Adaptação ao Cerrado

  • Resistência a Incêndios: A lobeira possui adaptações que lhe conferem resistência a incêndios, como a capacidade de rebrotar após queimadas, essencial para a sobrevivência em ambientes de Cerrado.


Importância Medicinal

Usos Tradicionais

  • Propriedades Medicinais: Na medicina popular, a lobeira é utilizada para tratar uma variedade de condições, incluindo diabetes, hipertensão, inflamações e problemas digestivos.

  • Preparações e Remédios: Chás e infusões das folhas e frutos são usados para aliviar sintomas de diversas doenças. A polpa do fruto é aplicada topicamente para tratar feridas e inflamações.

Pesquisa Científica

  • Estudos Farmacológicos: Pesquisas têm investigado as propriedades bioativas da lobeira, confirmando seu potencial terapêutico. Estudos indicam que os extratos da planta possuem atividade antioxidante, anti-inflamatória, antimicrobiana e hipoglicemiante.


Importância Econômica

Produtos e Derivados

  • Culinária: Os frutos da lobeira são consumidos in natura ou utilizados na preparação de doces, geleias e bebidas.

  • Artesanato e Indústria: A planta também é usada em projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e geração de renda para comunidades locais.

Turismo e Cultura

  • Atrativo Turístico: A lobeira, com seus frutos vistosos e flores chamativas, é uma atração em trilhas ecológicas e parques naturais, contribuindo para o turismo sustentável na região do Cerrado.


Conservação

Ameaças e Medidas de Proteção

  • Ameaças: A principal ameaça à lobeira é a destruição de seu habitat natural devido à expansão agrícola, pecuária e mineração. O uso excessivo de pesticidas também pode afetar a sobrevivência da planta.

  • Conservação e Manejo Sustentável: Para garantir a sobrevivência da espécie, é essencial implementar práticas de manejo sustentável, como a colheita responsável e a promoção de programas de reflorestamento e conservação do Cerrado.


A lobeira (Solanum lycocarpum A.St.-Hil.) é uma planta de grande importância ecológica, medicinal e econômica no Cerrado brasileiro. Sua relação simbiótica com o lobo guará destaca sua relevância para a fauna local, enquanto suas propriedades curativas são valorizadas pela medicina popular. A conservação desta espécie é crucial para a manutenção do equilíbrio ecológico e para o bem-estar das comunidades que dependem de seus benefícios medicinais e econômicos. A promoção do uso sustentável e a proteção de seu habitat são essenciais para garantir que a lobeira continue a prosperar no Cerrado.

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